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#feliz na sua pele

Ser feliz na sua pele quando os filhos saem de casa

 

O ano começa e traz os seus novos desafios. Nesta fase da vida, é bastante provável que tenhamos os nossos filhos mais tempo em casa, por causa das festas. E é ainda mais provável que estes se estejam a preparar para sair – quer seja para morar sozinhos, para partilhar casa ou mesmo para tentar levar um relacionamento para o próximo nível. Dúvidas sobre a maturidade dos filhos e as competências que estes têm para ir viver sozinhos; sentir e lidar com o afastamento dos filhos da rotina diária, questionar a nossa própria relação conjugal que agora tem de lidar com o “vazio”, são motivos mais que suficientes para despertar angústias, ansiedade e inquietação.

A síndrome do ninho vazio é uma condição psicológica que nos afeta, até porque muitas vezes temos de lidar com esta situação ao mesmo tempo que nos debatemos com as alterações físicas e hormonais da menopausa. Ainda que, nos países mediterrâneos do Sul, os filhos tendam a sair cada vez mais tarde de casa, não significa que nós, as mães, não sintamos as consequências e os sintomas do síndrome do ninho vazio.

 

 

O que se sente quando se tem síndrome do ninho vazio?

 

 

A maior parte da angústia prende-se com a solidão que podemos sentir e com a falta de propósito que atinge muitas mães. À sensação de sentir que já não se é necessária, junta-se a dificuldade: como superar a sensação de que se perdeu o papel que mais nos ocupou (e preocupou) nos últimos 20 anos? O sofrimento é real e a nossa auto-estima pode baixar consideravelmente e a probabilidade de ficarmos deprimidas aumenta.

Os sinais de alerta e os sintomas são claros: tristeza, angústia, dúvidas sobre a própria relevância e importância. A sensação de dependência não correspondida agrava os sintomas, principalmente perante o medo de que os filhos se afastem, que desapareçam das nossas vidas e que, no fundo, se esqueçam de nós. Quando os filhos nos magoam, ainda que sem querer, é difícil não sentir a nossa dedicação como perdida ou desprezada.

Até as Mães que sempre trabalharam enfrentam esta fase da vida com algum receio. Será que vou conseguir evitar a solidão? Será que o meu filho vai viver com qualidade de vida? Será que vai sofrer? Com o que é que me vou preocupar? E como é que me vou ocupar? Ainda sei viver a dois? Ou sozinha?\

 

 

Como lidar com a síndrome de ninho vazio?

 

 

A psicologia dá uma grande ajuda para superar os sintomas de síndrome de ninho vazio. Acima de tudo, é essencial reconhecer que a vida, como a conhecíamos, mudou. Quando os nossos filhos saem de casa, começa uma nova fase nas nossas vidas que pode até parecer assustadora pela sensação de perda e afastamento que lhe é característica. Aceitar que a nossa vida não vai continuar a ser igual é o primeiro passo. Lembrarmo-nos de como vivemos esta fase quando nós saímos de casa dos nossos pais é muito importante para ajudar a relativizar e perspectivar este momento.

Darmo-nos tempo para sentir esta mudança e para a processar, refletindo sobre o que esta significa para nós, é o segundo passo para garantir que não vamos apenas reagir, ignorando a tristeza. Se bem processada, é uma parte fundamental para a reconstrução da nossa própria identidade: agora somos novamente Mulheres com tempo para aproveitar. Manter o contacto com os nossos filhos, convidando-os para almoçar ou jantar também ajuda a cimentar uma nova forma de relacionamento sem colocar demasiada pressão.

Mantermo-nos ocupadas, explorarmos hobbies antigos, regressarmos a um sonho que deixámos para trás quando o tempo não esticava mais… são apenas algumas formas saudáveis de nos recentrarmos e reencontrarmos. De darmos outro propósito à nossa vida. E claro, sempre que sentirmos que os sintomas de tristeza e depressão se avolumam, falar com um terapeuta será sempre uma forma segura de encontrarmos ferramentas para lidar com esta fase.

Acima de tudo, temos de manter presente que, se os nossos filhos estão a sair do ninho para voar, é porque lhes demos as asas adequadas para o fazer. E isso deixa qualquer uma de nós cheia de orgulho. E feliz na sua pele.

 

 

 

 

 

 

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