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A Mulher depois dos 50 e a sua sexualidade!

Sexóloga

Neste mês, convidamos uma psicóloga e sexóloga que traz clareza para algumas questões relacionadas com o tema e desmistifica algumas crenças da nossa sociedade que foram crescendo ao longo do tempo.

 

A nossa sexualidade é um tema que pode ser um tabu na nossa sociedade, mas não deveria ser. Algo que é tão importante para a nossa saúde, tanto física, como mental, tem que ser tratado com naturalidade. Para começar, precisamos de estar bem com nós mesmas, nos aceitar, de olhar para o nosso corpo e sentir prazer e conforto. A partir daí, é mais fácil gerir as nossas emoções e lidar com este assunto. 

Este tema intensifica-se quando chegamos aos 50, onde entramos numa fase de muitas perguntas, dúvidas e incertezas. Em alguns momentos, sentimos o nosso corpo como um inimigo, mas é aí que precisamos ter a consciência de que a maturidade pode ser muito positiva para encarar desafios. 

Neste mês, convidamos uma psicóloga e sexóloga que traz clareza para algumas questões relacionadas com o tema e desmistifica algumas crenças da nossa sociedade que foram crescendo ao longo do tempo.

Boa leitura!

 

 

A MULHER DEPOIS DOS 50
Implicações Físicas, Psicológicas e Sociais

 

Esta etapa no ciclo de vida de qualquer mulher merece uma reflexão, no sentido em que a educação moral tem um desenvolvimento muito lento, onde os preconceitos têm força no tempo, em comparação com todo o desenvolvimento tecnológico que é veloz e inquestionável.

Ao refletirmos nas dimensões que se inserem no pré-juizo da avaliação comportamental de uma mulher com mais de 50 anos em fase de menopausa, teremos em conta fatores físicos e psicossociais.

Etimologicamente, menopausa, por definição, é a cessação dos ciclos menstruais, que decorre do declínio da função ovárica. Mas é também uma fase encarada com muita apreensão e desconforto pela associação ao envelhecimento, pelas perdas que lhe estão vinculadas, como seja a impossibilidade de procriar, a perda de juventude, de força, de energia, de beleza, de cognição, de mudança em papéis sociais, profissionais que levam a mulher a sentir-se, por vezes, instável, com dúvidas e até mesmo com receios. Para complementar tudo isto, as crenças que se vão desenvolvendo ao longo da vida que, não são mais que um conjunto de mitos, de ideias inadequadas acerca da sexualidade, funcionam como fatores de vulnerabilidade que dão corpo a muitas ideias negativas com consequências no desenvolvimento de autoconceitos negativos. De fácil identificação estão as crenças relativas à idade e à imagem corporal.

– Após a menopausa, a mulher deixa de sentir desejo sexual.

– Depois da menopausa, as mulheres não atingem o orgasmo.

– Na cama, quem manda é o homem.

– Com a idade, a mulher perde o prazer no sexo.

– Mulheres pouco atraentes fisicamente não conseguem ser sexualmente felizes. – Uma boa mãe não pode ser sexualmente ativa.

– Uma mulher feia não consegue satisfazer sexualmente o seu companheiro.

Combater ideias irracionais como estas é, por certo, o princípio para se olhar esta fase da vida das mulheres sob outras perspectivas.

A valorizar são memórias de experiências sexuais positivas, tendo em conta que os aspectos menos positivos devem ser bem conhecidos, arrumados e entendidos.

Pode ainda repensar-se a sexualidade não como uma forma espontânea, mas como uma construção onde se mistura o sonho, a imaginação erótica, a fantasia.

Ao considerar o desejo como primeira fase da resposta sexual humana, a mulher tem ao seu dispor uma constelação de fenômenos fisiológicos, cerebrais, psíquicos, endócrinos, sociais e culturais.

O desejo pode ter origem num impulso que advém da representação, qual poesia que nos transporta, ou pode ser o resultado de uma atividade cognitiva. Aqui, o pensamento positivo induz a um papel positivo de construção do desejo. Ao recorrer-se a fantasias eróticas, onde existem sinais eróticos como carinho, amizade, amor, ou mesmo apenas numa relação física, o desejo toma a força de uma interpretação de bem estar, de satisfação. Toda esta aprendizagem faz cair as balizas da censura pessoal e social que perturbam a vida sexual e erótica qualquer que seja a fase ou a idade da mulher.

O combate à ausência de fantasias sexuais ou da falta de vontade em iniciar a atividade sexual deve, no entanto, ser feito de forma consciente. O mesmo é dizer que o desejo deve ser pensado, planeado e imaginado. Alguns autores defendem mesmo a teoria de que o cérebro é o maior órgão sexual que nós temos.

É preciso, então, saber usá-lo com energia e criatividade, por forma a melhorar a sexualidade nesta fase em que, por vezes, o corpo só por si, não corresponde com a intensidade que gostaríamos.

Depois do desejo, ou em simultâneo aparece a excitação que tem duas componentes: a excitação genital que não é mais do que a resposta fisiológica e se traduz na lubrificação, e a excitação subjetiva que é a sensação mental de excitação e que é desencadeada pela avaliação cognitiva de estímulos. Mais uma vez, se entende que a função cognitiva deve ser desenvolvida. No caso da fisiologia não funcionar como desejamos, existem soluções práticas para colmatar esta dificuldade física. Um exemplo é a falta de lubrificação que pode ser resolvida com lubrificantes.

Quando ao orgasmo, esse “papão” , que tantas frustrações pode trazer! Nós só nos frustramos quando as expectativas são elevadas. Há muitas vezes algum desconhecimento sobre este tema. O orgasmo é, tão só, uma fase da resposta sexual humana, não é o ato sexual em si. Dizem os estudos que cerca de 35% das mulheres conseguem orgasmo com a penetração. Logo, há que desmistificar o que nós achamos e o que deve ser o orgasmo, quando deve ser e como deve ser.

Só assim se pode viver a sexualidade com prazer e deixo uma dica importante para vós: é que, quando nos satisfazemos, estamos a satisfazer o parceiro.

O autoconhecimento do próprio corpo pode ser importante pela percepção das mudanças que o corpo sofre ao longo da vida. A mulher deve estar atenta às mudanças nas sensações, gostos e preferências. Esse é um estudo que cada uma pode fazer na autointimidade.

Todas somos diferentes e, por isso, não devemos acreditar em leis gerais nem em generalizações acerca da melhor maneira de viver depois dos 50. Cada pessoa deve procurar dentro de si o que mais a satisfaz. Sabemos, no entanto, que o exercício físico e uma alimentação saudável fazem parte do caminho para o bem estar, bem estar esse que não se vê, mas que se sente. E,… os outros sentem, tal como perfume invisível aos olhos, mas que é percepcionado pela magia da química.

 

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