A minha avó Joana, senhora sábia que morreu linda com 99 anos de idade, ensinou-me muito cedo que aprender a aceitar é das coisas mais importantes da vida. Isto nada tem a ver com resignação, mas sim com uma coragem serena para receber com agrado o que a vida nos vai trazendo.

Tenho 51 anos e sinto-me muito bem na minha pele porque, apesar do meu corpo já me transportar há muitos anos, da minha pele não ter a elasticidade e o aspecto que tinha, eu sinto-me a mesma pessoa de sempre, mas cada vez mais segura, mais tranquila, com mais experiências de vida e consequentemente, mais bonita.   

Continuo cheia de vontade de viver, de experimentar coisas novas, de viajar de mochila às costas (talvez um pouco mais leve hoje em dia para não abusar da sorte), voltei a andar de patins e vou tirar o curso de mergulho (porque não quero continuar a mergulhar em apneia como antigamente) mas tudo isto são desafios e experiências que me continuam a enriquecer enquanto pessoa e sinto sempre que estou ‘’em construção’’. O que quero dizer é que a adaptabilidade às coisas que a vida nos vai oferecendo são desafios que me fazem sentir viva e cada vez mais rica.

Não gostava de voltar a ter 20 ou 30 anos. Quero ter a idade que tenho e continuar a viver uma vida cheia.

Gosto da minha pele madura e da serenidade que a vida me trouxe. Abomino a vulgarização, seja do que for e por isso deixar que a idade me pare não está nos meus planos. A idade é um mind-set de perdas vs ganhos e tenciono sempre fazer com que os ganhos sejam muito superiores às perdas. Além disso, hoje em dia, sendo uma mulher ‘mais madura’ (como se costuma dizer) é muito mais fácil não deixar que as minhas inseguranças acabem com a minha autoconfiança.

A vida é um eterno recomeço e estou sempre pronta para enfrentar tudo de coração aberto e disponível para a mudança.

No meio de tudo isto é fundamental guardar tempo para mim, para tratar de mim. Gosto de me mimar e escolho sempre com cuidado os produtos que uso na minha pele, a começar pelo gel de banho passando pelos cremes hidratantes e protetores. Afinal a minha pele é o órgão mais exposto e vulnerável, envolve todo o meu corpo e é a primeira coisa que o mundo vê de mim. Estes valiosos minutos diários que passo em autocuidado ajudam-me a enfrentar os dias com mais confiança. Tempo gasto a tratar de mim não é nunca tempo perdido, é tempo ganho, porque é gasto de forma positiva e é um investimento em mim.  Tratar da minha pele não me traz apenas os óbvios benefícios físicos e visíveis, mas também contribui muito para o meu bem-estar mental e espiritual. É preciso sintonizar corpo e mente. Depois é só deixar a felicidade e a paz interior brilharem…

Ibsen tem a melhor definição de beleza. Diz ele que, ‘beleza é coerência entre forma e conteúdo’. Não podia estar mais de acordo.